sábado, 29 de maio de 2010

Da Terra a Lua


Da Terra a Lua foi o ultimo livro que eu , terminei-o ontem a noite. Esse eterno clássico é surpreendente em relação do autor, que se demonstra extremamente culto.
Julio Verne (Jules Verne em francês) lançou-o no ano de 1865 e conta a história do "Clube do Canhão", uma popular associação dos Estados Unidos que quer realizar feitos nunca dantes realizados, a primeira expedição lunar.
O Clube quis isso fazer pois durante da Guerra da Secessão (EUA), época da formação da associação, os membros aprimoraram-se muito na ciência balística, deixando o Velho Continente atrasado. Porém quando a guerra acabou o clube entrou em uma fase de inatividade. E em um pronunciamento ao clube Impey Barbicane fala aos membros do envio de um projétil a "Loura Febe" (lua).
E nesse romance Julio Verne coloca algo que irritou profundamente os americanos da época, um francês (Michel Ardan) tem lugar de destaque no lugar de um americano.
Dentre outros detalhes a obra retrata uma rixa entre dois Yankees, a geografia dos Estados Unidos, e a astronomia da época.
Este último item merece destaque, Julio Verne aborda-o com uma erudição magnífica, tanto que muitas coisas se confirmaram em 1969. Desde a velocidade inicial suficiente para se vencer a gravidade, o momento certo de se mandar o projétil, a localização e outros fatores.
Julio Verne ainda cita filósofos, matemático, mitologia e astrônomos, aborda também a tecnologia da época, os mapas que existiam, o nacionalismo norte-americano e discorre sobre costumes do país sobre a ótica francesa. Um exemplo logo no início do livro : "usava cartola, espécie de cilindro de seda que parecia aparafusado na cabeça dos americanos", esse trecho mostra a desaprovação do uso americano da cartola.
Julio Verne ainda fala dos vícios americanos como os dados, as cartas, o uíste e o vinte-e-um. Um ponto interessante e que mostra que Julio Verne também errava, é que o Uíste não era tão popular nos Estados Unidos, era considerado um jogo de British Gentlemens, calmo demais para um Yankee nacionalista.
Falando nos Gentlemens, não é citado em nenhum momento um britânico no livro, afinal todos sabem que ingleses e franceses não se bicam até hoje, imagine em 1865.
O Brasil é citado no livro até que em bom tom,veja: " O presidente Barbicane lançou um manifesto entusiasmado, no qual apelava para os 'homens de boa vontade na Terra'. Esse documento, traduzido em todas as línguas teve enorme sucesso (...) foram abertas subscrições (...) em vários países do mundo, como Áustria, França, Suécia, Alemanha, Suíça, Turquia, Bélgica, Brasil, Uruguai, México, Peru e outros."
O livro é ótimo, tem um enredo empolgante, porém o final é menos surpreendente que o restante do livro. Só não irei contá-lo para não estragar o gosto daquele que queira ler.
Recomendo a todos que se interessarem, leiam também " A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", também de Julio Verne e será assunto aqui em breve.

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