Há um grandioso problema em achar que algo é fácil, a acomodação. Quando algo é desafiador temos que nos desdobrar para obter o escopo almejado, porém com a facilidade passamos a seguir uma espécie de molde pré-pronto, fazendo-nos acomodar as inovações e idéias.
E atualmente a musica produzida pelos "novos astros", se assim posso os chamar, em solo brasileiro tem seguido esse modo pré-pronto que ofende a cultura e os verdadeiros compositores, e, somente, servem ao capitalismo e as suas conjecturas de venda, venda e mais venda.
Caminhando a passos largos à completa estagnação musical, desprezamos a música que nos faz pensar e passamos a venerar as de as argumento repetitivo que já decodificamos e assimilamos desde pequeninos.
Infelizmente posso dividir a musicalidade brasileira em poucos grupos, vamos a eles:
O primeiro grupo, o maior deles; compõem esse grupo aqueles que fazem músicas para, geralmente, o público mais novo e,na maioria dos casos, apoiam-se em temas muitíssimo recorrentes: conquistar o amor, falar do amor, falar de como perdeu o amor e cantar sobre o amor incompreendido. Esse grupo abrange do pop rock ao mais símples pagode.
O segundo grupo é aquele que abrange as músicas com temas libidinosos, imbuídos em gírias muitas vezes incompreensíveis e alienadas. Tais "músicas" ainda garantem-se abordando temas violentos e abusam de palavrões praticados de forma equivocada simplesmente para gastar-se o latim e utilizados sem pensamento poético algum.
O Terceiro, é formado pela aquelas "músicas chicletes" que todo mundo grava por ser totalmente vazia de conteúdo e que tem uma melodia com dois acordes, para facilitar a assimilação pelas notas.
Finalmente o quarto grupo,o mais escasso, aqueles que raciocinam antes de escrever a letra. Aqueles que abordam crítica social, crônicas, palavras utilizadas em perfeita concordância e com verbos conjugados de modo correto. Tais músicas, muitas das vezes, eram praticamente cifradas, com verdadeiras mensagens implícitas, essas eram feitas principalmente durante os anos de chumbo.
Paralelos a todos esses estilos e não se encaixando em nenhum deles está a música religiosa e a gospel.
Mas o que levou a isso?
Consumo do mercado e exigência do público em quantidade e não em uma qualidade concreta.
Um artista lançava um vinil a cada 2 ou 3 anos, com músicas bem compostas com assuntos variados e bem explorados, e essas músicas eram ouvidas por anos. Hoje em dia lança-se um cd por ano e com músicas repetitivas e mal versadas, e nesse espaço vago ainda se lançam músicas digamos que soltas.
Diminui-se o tempo, concomitantemente a qualidade.
Porém o público tem sua parcela de culpa por não exigirem uma parcela de qualidade significativa para ser ouvida, ou pelo menos com temas variados. Assim só agem aqueles que viveram em uma época que as músicas eram assim, ou aqueles que já acordaram para a verdadeira poesia musical.
Em suma consumo, venda e capital.
A arte é o reflexo do que somos, e o que hoje vemos? Somos e fazemos o que o dinheiro manda, até a na produção artística. Age-se assim também na moda, na produção artística, na política. Assim nós renegamos a cultura culta e ignoramos o futuro como se não fosse chegar e fazemos qualquer coisa sem qualidade no presente.